God of War - Análise

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Fabricante: SCE Studios Santa Monica
Distribuidora: Sony Computer Entertainment
Gênero: Ação / Aventura
Lançamento: 22 de Março de 2005
Plataformas: Playstation 2, Playstation 3 e PSP (através do remake GoW Collection)
Número de jogadores: 1 (um)


TRAILER OFICIAL
The Ghost of Sparta !

   “Pois é, eu estava errado, não foi tão fácil !” – foi com essa frase que eu pude aclamar o vídeo final de God of War, cerca de sete anos após seu lançamento [e de 12 horas após eu começar a jogar]. Durante muito tempo ouvi muita gente falando a respeito de Kratos, Ares, Poseidon, entre outros, mas nunca tive a curiosidade [nem oportunidade e nem vontade] de jogar, e como todos que eu conheci disseram ter terminado o jogo, eu automaticamente deduzi [precipitadamente] que o gameplay seria dos mais fáceis, e até que eu estava correto, mas não tão correto quanto imaginava.
   Do mesmo idealizador do sangrento Twisted Metal, David Jaffe, God of War possui uma mistura muito bem balanceada entre ação e puzzles, gráficos que foram mutuamente aclamados na época, e uma jogabilidade simples e devastadora, o que com certeza fez com que o jogo se eternizasse e marcasse sua geração, tanto que até hoje continua sendo um dos títulos mais influentes no mundo dos games.

   O enredo é encabeçado pela mitologia grega, sendo assim, espere ver figuras importantes dessa mitologia, como as Medusas, os Ciclopes, os Minotauros [de verdade, não lutadores de MMA], além claro de conhecidos deuses, como Poseidon, Atena, e até mesmo o senhor dos deuses, Zeus.
   O jogo começa com o protagonista Kratos na beira de enorme precipício, refletindo sobre sua [infame] vida, até que em determinado momento ele se joga lá de cima. Feito isso, o jogo nos transporta para um navio a caminho de Atenas, quinze dias antes desse evento, para podermos entender como ele chegou até essa situação.  
   Segundo o roteiro, Kratos foi um valente guerreiro espartano, que lutou bravamente ao lado de seu exército durante anos e anos. Porém, como nem só de glórias vive um homem, em certo momento da guerra Kratos se depara com uma grande e poderosa horda de bárbaros. Devido ao enorme número de bárbaros, o guerreiro espartano é oprimido e fica com as calças na mão, á mercê do rei dos bárbaros, que está prestes a acabar de uma vez por todas com a raça do dedicado guerreiro. Temendo sua morte, como última opção, Kratos clama pela ajuda de Ares, o Deus da Guerra, prometendo uma vida de servidão caso o mesmo o livrasse da morte o lhe fornecesse poder para derrotar seus inimigos, eis então que Ares firma um pacto com o guerreiro, “presenteando-o” com as Lâminas do Caos, duas lâminas acopladas à correntes, que possuem um poder de destruição muito grande, já que foram forjadas no Tártaro (local personificado por um dos deuses primordiais, nascido a partir do Caos), claro que, como troca, Ares exige a serventia de Kratos pelo resto de sua vida, sem muitas opções de o que fazer, Kratos aceita o acordo e logo em seguida decepa a cabeça do rei dos bárbaros com as Lâminas do Caos.

   Cumprindo sua parte no acordo, Kratos segue como um poderoso guerreiro, servindo Ares durante todo o decorrer da guerra. Porém, não contente, eis que o Deus da Guerra decide “trollar” nosso amigo espartano. Em um eventual ataque, Kratos e seu batalhão precisam dizimar uma cidade repleta de adoradores de Atena, e Ares, sem o consentimento de Kratos, coloca sua mulher e sua filha naquela mesma cidade, onde acidentalmente o guerreiro assassina as duas.
   Mesmo ciente do impacto que esse evento teria na vida de Kratos, Ares acreditou que depois disso o espartano seria um guerreiro perfeito. E foi aí que ele se enganou !

   Possesso, Kratos renuncia à sua eterna servidão ao Deus da Guerra, e como se não fosse o suficiente, recebe uma maldição do oráculo da, agora destruída, cidade. O oráculo anexa as cinzas dos familiares mortos ao corpo do guerreiro, fazendo com que sua pele fique acinzentada e que assim ele fique conhecido como “O Fantasma de Esparta”.
   Kratos então começa a ser atormentado por terríveis pesadelos, e como [mais uma] punição pelo que fez, é destinado a dez anos de servidão aos demais deuses do Olimpo.
   Cansado de toda essa escravidão, Kratos então convoca a Deusa Atena, que faz um acordo com guerreiro: Ele será totalmente perdoado pelo assassinato de sua família, desde que realize a singela tarefa de assassinar Ares [simples assim], já que Zeus havia proibido a intervenção divina nesse caso. O guerreiro, novamente sem muitas opções, concorda com a condição, porém, o mesmo sabe que apenas obteria o poder suficiente para realizar sua missão, se encontrasse a mística Caixa de Pandora, o único artefato existente no mundo que concede a um mortal poderes para destruir um deus.

   É com essa premissa que o jogador encarna na pele do poderoso guerreiro, com a missão de encontrar a Caixa de Pandora e acabar de uma vez por todas com Ares, o responsável por essa tragédia na vida do espartano.
   O jogo trata-se de uma temática bastante adulta, e durante o enredo serão normais cenas de violência, nudez parcial e até mesma uma pequena alusão á relações sexuais (algo raro nos videogames).
   A jogabilidade é bastante intuitiva, o jogador tem que controlar Kratos com o analógico esquerdo, e com o direito pode fazer rolamentos, esses essenciais para a esquiva. Os demais botões possuem funções típicas, como pular, bater, defender, entre outros. A mecânica de batalha é rápida e envolve muito sangue e mutilação, porém não deixa de ser bastante simples. Kratos pode alternar entre golpes fortes e fracos, podendo construir uma boa variedade de combos (nada absurdo como em Bayonetta, mas o suficiente para o bom andamento do jogo).

   Tanto a energia vital (recuperada através de orbs verdes), como a energia mágica (orbs azuis) são simbolizados por barras no canto superior esquerdo. Qualquer ataque sofrido acarreta na perda de energia vital, e qualquer uso de habilidades também resulta na perda de energia mágica. Ambos os valores podem ser recuperados de duas formas:

  1. Finalizando seus inimigos com ataques especiais (falarei sobre eles posteriormente)
  2. Através de baús espalhados pelo cenário

   Outra variável também muito importante é a experiência, simbolizada por Orbs vermelhas, normalmente deixadas por inimigos mortos, mas também encontradas em diversos baús. Através das orbs vermelhas, é possível fazer importantes upgrades, tanto em suas armas, como em suas habilidades.

   Além de suas singelas Lâminas do Caos, no decorrer do enredo, Kratos recebe de Deusa Artemis a poderosa Espada de Artemis, que mesmo possuindo um poder de destruição elevado, ainda ficam atrás das Lâminas do Caos no quesito desempenho [claro, opinião própria].
   Como um adicional a seu poder, o guerreiro também adquire quatro habilidades diferentes durante o decorrer da jornada, e são elas:

  • Poseidon’s Rage: habilidade cedida por Poseidon, cria uma tempestade de relâmpagos em volta do guerreiro, aniquilando os inimigos mais próximos.
  • Medusa’s Gaze: Habilidade adquirida ao matar a primeira Medusa, com ela é possível petrificar temporariamente os inimigos (não funciona contra a própria Medusa, nem contra chefes)
  • Zeus Fury: Através dessa habilidade, Kratos pode criar os famosos raios de Zeus e lançá-los em inimigos à longa distância, extremamente útil durante toda a jornada.
  • Army of Hades: A mais poderosa das habilidades, trás temporariamente as almas do submundo para ajudarem Kratos durante a batalha.


   E como se não fosse o suficiente, Kratos já começa com a famigerada Rage of Gods, uma habilidade muito poderosa, ativada pressionando simultaneamente os botões R3 e L3, que deixa o espartano imune a qualquer ataque durante um determinado [e curto] período de tempo. A energia usada para a utilização dessa habilidade é exclusiva, e é simbolizada através de um pequeno desenho no canto inferior direito da tela, a mesma não pode ser recuperada através de orbs, pois se recupera gradativamente conforme o jogador vai derrotando os inimigos.
   No começo da aventura os valores de vida e magia são muito baixos, porém, existem dois tipos de itens capazes de aumentá-los:


  • Gorgon Eyes – Aumenta a quantidade máxima de energia vital
  • Phoenix Feathers – Aumenta a quantidade máxima de energia mágica


   Ambos os itens são encontrados somente em baús, escondidos em salas secretas e atrás de paredes falsas, nada muito difícil, afinal, logo no primeiro gameplay eu já consegui encontrar todos.
   Outro mecanismo muito interessante são as finalizações [citadas alguns parágrafos atrás]. Alguns inimigos [na verdade a maioria] podem ser executados de maneiras mais alternativas do que apenas bater e bater e bater. Um bom exemplo são os minotauros, quando estão com a energia baixa, é possível usar uma finalização alternativa, onde o jogador precisa apertar corretamente uma determinada sequência de botões para assim poder cravar uma adaga na garganta do maldoso bovino. Essa sequência muda de inimigo para inimigo, e fazendo isso, além de conseguir matar os inimigos com mais estilo, você também recebe orbs verdes e azuis, para restaurar a vida e a magia. Se o inimigo for “apenas” espancado até a morte, sempre deixará apenas orbs vermelhas.
   Entre os pontos criticados do jogo estão as câmeras. Todas as câmeras são fixas e não existe a possibilidade de controlá-las, e mesmo estando todas em lugares estratégicos e bem pensados, algumas vezes torna-se impossível ver onde o inimigo está, o que dificulta um pouco a jogabilidade.
   Outro ponto da jogabilidade que também me incomodou muito foi a física do pulo. Raras foram as vezes em que eu pulei corretamente no lugar em que estava planejando, e se não for pela sombra do personagem, fica muito difícil saber onde ele vai cair. Olhando por cima isso nem parece tão prejudicial, mas durante todo o jogo eu apanhei mais das plataformas flutuantes do que dos inimigos sanguinários.

   Um ponto que com certeza merece um destaque são os puzzles, que estão muito bem espalhados e mesclados em meio às insaciáveis batalhas. Eles vão desde simples alavancas que abrem portas, até grandes salas muito bem boladas, repletas de pequenos quebra cabeças que farão você arrancar os próprios cabelos (maldita sala giratória >.<).
   Os gráficos do jogo, hoje, podem ser considerados bastante poligonais, mas na época eram de deixar qualquer gamer de boca aberta, com aquela pequena quantidade de baba escorrendo no canto esquerdo. Os movimentos e articulações de Kratos foram muito bem desenhados e agregam um grande mérito ao conjunto da obra. Os cenários vão desde barcos e labirintos, passando até pelo interior de um monstro marinho, tudo muito bem representado, explorando com muita precisão o poder de processamento do Playstation 2. Os inimigos, apesar de possuírem uma boa variedade, são repetidos exaustivamente até o final do jogo, mas ainda assim, nada que comprometa a experiência. Os chefes são um show à parte, todos muito bem desenhados e com maneiras muito peculiares [entenda: criativas e violentas] de serem mortos. Grande destaque também para as cutscenes de computação gráfica, que esbanjam beleza.

   A sonoplastia geral do jogo é agradável, é possível ouvir Kratos durante os ataques, assim como também é possível ouvir os gemidos e gritos dos inimigos. Ouve-se nitidamente também o ruído das lâminas picotando os seres malignos, assim como os pedaços do cenário sendo destruídos, tudo isso com uma qualidade invejável para a época.
   A trilha sonora apesar de cumprir bem seu papel de ambientalização, em parte nenhuma do jogo realmente chegou a chamar muito a minha atenção.
   Outro importante atrativo do game são os desbloqueáveis. Ao terminar o jogo pela primeira vez, o jogador pode tentar a sorte no Challenge of Gods, um amontoado de dez fases, onde é preciso cumprir uma série missões específicas [algumas bem difíceis]. Ao terminar o Challenge of Gods, o jogador pode optar por usar as roupas alternativas de Kratos, além de também desbloquear os vídeos de “magink of” do jogo.

   Depois de toda essa experiência mística e espartana que durou em média umas 12 horas, foi possível tirar três importantes conclusões:

  1. Entendi porque o jogo revolucionou e virou lenda;
  2. Mitologia grega também se aprende melhor no videogame do que na escola;
  3. E não, não foi tão fácil quando eu imaginei que seria.

   Se você leitor ainda não teve a curiosidade [ou oportunidade, ou vontade] de conhecer God of War, não fique adiando seu encontro com Kratos e jogue o quanto antes, pois acredite, o jogo vale o título de clássico, e com certeza Kratos ficará eternizado no mundo gamer, ao lado de grandes nomes da geração moderna como Leon, Dante e Lara Croft.



RESUMO

Prós

-Enredo original
-Jogabilidade simples
-Gráficos de ponta [para a época]
-Sangue, nudez e sexo

Contras

-Câmera fixa
-Física do pulo deixa a desejar
-Curta duração
-Não é tão fácil assim...

GAMEPLAY

GAMEPLAY VERSÃO PLAYSTATION 3

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3 comentários:

  1. Sensacional esse jogo


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  1. Roberto disse...:

    Boa Noite

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    Um abraço
    Roberto

  1. Anônimo disse...:

    Excelente análise!


    Sempre ouvi falar desse jogo, como foi revolucionário e talz, mas só tinha console da Nintendo.

    Comprei um ps3 e aquele God of War Collection com o 1 e 2, já era apaixonado por mitologia grega, junta isso num jogo de ação e pronto.

    Comprei o God of War Saga e to afim de jogar TODOS agora!

    Li o texto com muito cuidado pra evitar spoilers, é estranho evitar spoiler de um jogo de 2005, mas consegui =)

    E mt bom texto, fácil de ler.

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