Gran Turismo 5 - Análise

domingo, 18 de dezembro de 2011




Fabricante: Polyphony Digital
Distribuidora: Sony Computer Entertainment America
Data de Lançamento: 24/11/2010
Gênero: Corrida
Plataforma: Playstation 3
Interação online: Multiplayer e Comunidade
Número de jogadores: 1, 2~12 (Multiplayer)
Definição HD: 1080p
Troféus: Sim

Trailer Oficial
The real driving simulator

   Expectativa ! Essa é a palavra que melhor simboliza o lançamento de Gran Turismo 5.
   A primeira imagem do game foi divulgada em 2005, quando a Polyphony Digital afirmou estar trabalhando no título, e o diretor Kazunori Yamauchi afirmou também que faria de tudo para que Gran Turismo 5 fosse um jogo perfeito (talvez um dos grandes erros). E a espera foi longa... Muito, muito longa, e o jogo só foi oficialmente lançado no final de 2010 (sim, cinco anos depois).
   O problema é que toda essa espera gerou muita expectativa por parte dos gamers, que assim como prometido, esperavam um jogo perfeito. Claro, não venho aqui dizer que Gran Turismo 5 é um jogo ruim, muito pelo contrário, eu achei um jogo fantástico, e até hoje não vi nenhum simulador de corrida que pudesse, nem de longe, competir com o título. Porém, a promessa de “Jogo Perfeito” não foi literalmente atendida. (Como dizem: nada na vida é perfeito, nem o Gran Turismo 5)
   Durante esses longos cinco anos, foram lançados três “Demos”, para digamos, acalmar os gamers mais afoitos. Entre eles estavam Gran Turismo HD, Gran Turismo 5 Prologue (que foram versões enxutas do jogo) e o mais recente Gran Turismo 5 Trial Demo, que disponibilizou apenas um carro e uma pista para teste.
   Logo ao ligarmos o jogo, mais uma vez a proposta de “esperar” nos é oferecida. O sistema pergunta se o jogador pretende instalar o game no console, assim tornando os “Loadings” menos demorados (na verdade nem tanto). A instalação demora cerca de 50 minutos e ocupa 8 GBs do HD interno do console. Não que isso seja muito, já que o jogo conta com mais de mil carros e mais de setenta circuitos diferentes, entre eles, alguns bem conhecidos pelos gamers, como High Speed Ring, Suzuka, e Trial Montain.


   Após o inicio do jogo, somos apresentados à tela inicial, onde é possível escolher entre Modo Arcada, Moto GT, Editor de Circuitos, o menu de opções, e alguns aplicativos da comunidade online do game, tudo isso em português (infelizmente não o PT-BR, mas sim o português de Portugal, o que claro, já é de grande ajuda para quem tem dificuldades com o inglês).
   No “Modo Arcada” (Arcade), o jogador tem uma leva de carros a disposição, e pode correr em qualquer dos circuitos. É um modo mais descompromissado, para uma jogatina ocasional, ou mesmo uma diversão rápida entre amigos (em poucas palavras, para quem não tem mais o que fazer).
   Porém é no “Modo GT” que o jogador pode explorar tudo que o game tem a oferecer (e é muita coisa).

 Menu do Modo GT

   Durante o Modo GT, o player deve vencer as mais variadas competições, seja como piloto ou como técnico (dando instruções), pode comprar carros novos e usados, treinar o desempenho de seus carros, implementar vários “upgrades” nos veículos, mudar a pintura, entre outras muitas opções.
   Aliás, opções são coisas que não faltam em Gran Turismo 5. O jogador tem uma leva de competições para disputar, seja no modo A-Spec (o jogador é o piloto), ou no modo B-Spec (o jogador apenas fornece instruções ao piloto). Para avançar no jogo é preciso correr, adquirir experiência, e subir de nível, assim sendo possível competir nas categorias mais avançadas. A experiência é dada a cada final de corrida, levando em conta vários fatores, como a posição de chegada, a utilização de assistentes, como freio ABS, controle de tração, entre outros. Os níveis A-Spec e B-Spec são evoluídos separadamente, fazendo com que o player jogue nos dois modos. (Um triste detalhe é que o player não pode escolher o nome do piloto B-Spec, sendo apenas aceitável um nome da lista de nomes sugeridos, o meu, por exemplo, e agraciado como o nome “R. Redondo”)


   As competições são variadas, e com os mais criativos temas, por exemplo, competições apenas para carros até 160 cavalos, apenas carros lançados até 1980, apenas carros franceses, entre outras das mais variadas, fazendo com que o jogador dirija a maior quantidade de carros possível.
   Contamos também com as já conhecidas licenças, que nada mais são do que umas provas para o jogador se adaptar melhor à física do jogo. Ao contrário dos outros títulos da série, a licença não é obrigatória, porém proporciona vários pontos de experiência, alguns itens e carros exclusivos, além de, é claro, vários troféus.


   Além disso, contamos também com os Eventos Especiais, que foi uma grande jogada da Polyphony Digital. Nos eventos especiais o jogador pode correr em eventos de Kart, que possuem uma direção muito mais sensível do que a dos automóveis, pode correr no Top Gear Test Track, onde o primeiro nível é uma corrida de Kombis em um circuito criado em uma pista de aterrissagem, onde o jogador precisa completar a corrida sem derrubar os cones, e sem se chocar com outros veículos. Os Eventos Especiais contam também com a NASCAR ! Isso mesmo, é possível correr em alta velocidade com os carros da Nascar, contando com as instruções de Jeff Gordon (um famoso piloto da categoria). O mesmo deu importantes dicas sobre a Nascar para a Polyphony Digital, fazendo com que a física das ultrapassagens e o sistema de vácuo fossem aprimorados.
   O modo GT conta também com os Eventos Sazonais (que ocorrem em datas pré-programadas), que são uma boa pedida para subir de nível depois de chegar ao 25. Possui também uma concessionária online, onde os jogadores podem comprar e vender carros novos e usados. Além de oficina, pista para treinos, acesso à garagem, entre os mais diversos serviços.

Menu dos eventos especiais

   O jogo conta também com uma exclusiva comunidade online, apenas para os jogadores, onde é possível compartilhar replays, fotos, e até mesmo carros. A comunidade conta com um Micro blog, parecido com o Twitter, onde o jogador pode anunciar seus feitos durante o jogo, ou mesmo jogar conversa fora. Com certeza um grande e importante diferencial que proporciona muito mais interatividade entre os jogadores.
   Já que citamos as fotos, o jogo conta também com o interessante recurso “Photo Mode”, onde o jogador pode escolher um de seus carros, e tirar um foto dele nos mais diversos cenários. Navegando pela comunidade é possível encontrar fotos muito bem trabalhadas, que beiram (ainda mais) a realidade.
   O recurso “Editor de Circuitos” infelizmente é bem precário, e não da liberdade ao jogador de colocar toda sua imaginação no game. O jogo conta com circuitos pré-desenvolvidos, e é encima desses circuitos que o player tem que trabalhar, podendo apenas mudar o ângulo de algumas curvas, ou aumentar a largura da pista em alguns pontos, nada que realmente impressione ou personalize de verdade. Ainda assim a quantidade de circuitos disponíveis é grande, já que é necessário criar um circuito e compartilhá-lo para receber um dos troféus.



   Porém simulação continua sendo o ponto forte da franquia. E eu não posso discordar disso, já que a jogabilidade é perfeita. A física dos carros se aproxima ao máximo da realidade, emergindo o jogador realmente dentro da competição. Claro que quem está acostumado a ver os carros voando a alturas inimagináveis, a ver Drifts inacreditáveis, como em Need For Speed, provavelmente irá torcer o nariz para Gran Turismo 5, já que o jogo foca a realidade, sem esses exageros.
   Tudo que é incluso no carro afeta a performance do mesmo, seja o tipo de tração, os pneus que estão sendo usados, os Kits de Turbo, a caixa de velocidade, tudo que é colocado ou retirado do carro, e refletido no desempenho do mesmo durante as corridas, positivamente ou negativamente.
   No início do jogo não (para não desmotivar os novatos), mas, com o passar dos níveis, as colisões passam a interferir no desempenho do automóvel, prejudicando o motor, a embreagem, e até mesmo a lataria do carro. Já foram feitos testes em carros que não passavam de 50 Km/h, devido a danos internos. Tudo para provar que a simulação do jogo é o grande ponto focado pela Polyphony.


   Outro ponto, no mínimo, curioso, é o suporte à PS Eye (uma câmera desenvolvida pela Sony para o PS3). Se o jogador possuir o aparelho, durante a visão Cockpit (de dentro do carro), se o jogador move a cabeça para a esquerda, para olhar no retrovisor, o piloto faz o mesmo movimento, e a câmera dá uma leve caída para a esquerda, um recurso que aumenta ainda mais a realidade proporcionada pelo jogo.
   O Multiplayer do jogo é divertido, porém muito demorado. Prepare-se para gastar vários minutos à procura de uma sala estável para jogar. E no caso de você ser o criador da sala, prepare-se para esperar ainda mais até que a mesma tenha uma quantidade razoável de jogadores. As salas multiplayer são totalmente configuráveis, podendo ser aceitos apenas um determinado tipo de veículo, ou apenas jogadores de certo nível, tudo para tornar a disputa mais equilibrada. É um modo de jogo que vale a pena, mas devido à demora, prepare-se para ficar a beira de um aneurisma cerebral.


   Os gráficos com certeza impressionam. Durante os replays, é possível ver até mesmo o carpete do carro, os movimentos do piloto, tudo extremamente detalhado. Porém, é nos gráficos que a Polyphony Digital deu uma pequena escorregadela. (Muito fresca essa palavra).
   Contando com mais de mil carros, sendo cerca de duzentos veículos considerados “Premiun”. Os carros Premiun são um show aos olhos. Perfeitos, com o designer fiel a realidade, o brilho e o sombreamento feito com uma qualidade impecável, tudo isso rodando a 60 quadros por segundo, sem nenhum bug ou slow motion. Porém, o restante dos carros, chamados de “Standart” infelizmente não atingiram tal perfeição.
   São também muito bem trabalhados, porém não é possível compará-los graficamente com os carros Premiun, sendo facilmente notada durante as corridas uma sombra serrilhada nos carros, pisada na bola da Polyphony, pois, já que era pra ser um jogo perfeito, seria muito mais aceitável que adiassem o lançamento, assim dando atenção a todos os carros. Frisando: os carros Standart não são mal feitos ou defeituosos, muito pelo contrário, são bem desenhados e convincentes, mas comparado aos carros Premiun, deixam a desejar.


   Outro fator “broxante” do jogo: em circuitos de neve e de terra, infelizmente, os carros não se sujam. A meu ver, uma das grandes falhas do jogo, que poderia ter sido mais bem trabalhada, assim como os carros Standart, e com certeza seriam um forte diferencial, e se aproximaria ainda mais da perfeição.
   E por falar em circuitos, os mesmo são graficamente excelentes, sendo visíveis os detalhes do asfalto, as pedrinhas voando nos circuitos de rally, até mesmo a vegetação na beira da pista é bem trabalhada, mas em contrapartida, outro ponto inaceitável são os expectadores que ficam na beira da pista, que, por muitas vezes, parecem ser feitos de papel, outra grande falha, que curiosamente não existia em Gran Turismo 5 Prologue.
   O clima também é um recurso bem trabalhado no game, variando entre dia, noite e chuva. Existem até mesmo as famosas corridas “Endurance”, que são corridas extremamente longas, e nelas é possível acompanhar a transição do tempo, desde o sol nascendo, se pondo, até a escuridão tomando conta, tudo mostrado com inacreditável perfeição e profissionalismo.


   A sonoplastia do jogo também está de parabéns ! Contendo um grande acervo de músicas, o jogo ainda suporta a adição de músicas da biblioteca do PS3, fazendo da trilha sonora do jogo algo totalmente personalizável, de acordo com o gosto musical do jogador, ponto para a Polyphony !
   Os efeitos sonoros também foram muito bem desenvolvidos, cada carro possui um ronco característico, fazendo total alusão à realidade. Além do que, dependendo da câmera que o player joga, ouve-se o som de uma maneira diferente. Isso mesmo ! Se você jogar com a visão externa do carro, você ouve o som do motor, como se realmente estivesse do lado de fora do carro, já se usar a câmera cockpit, o som é mais alto e nítido, passando por túneis é possível ouvir o som abafado, tudo isso com uma excelência invejável. As freadas, batidas e choques com outros veículos também são fielmente retratadas, dando até mesmo um sentimento de pena, quando você escuta seu carro novinho se chocando com a cerca na beira dos circuitos, ou mesmo quando aquele (maldito) carro fica batendo na sua traseira, tentando fazer você perder o controle.


   Além de tudo o que o jogo oferece, é importante lembrar que ele é constantemente atualizado, corrigindo bugs, adicionando novos carros e circuitos, além de pequenas melhorias gráficas, o que passa a mensagem de que o jogo ainda está em desenvolvimento, mesmo um ano depois do seu lançamento, o que é bom, já que mostra que o jogo ainda vai demorar muito para “morrer”, porém, mostra também que o título, apesar de toda a espera pelo lançamento, foi lançado meio que as pressas, e agora a Polyphony está correndo atrás do “prejuízo”.
   Acredito que possa resumir toda essa análise em uma frase: Se você pretende jogar o melhor simulador de direção de automóveis criado até a data de publicação dessa análise, compre Gran Turismo 5 e seja feliz !






RESUMO

Prós:

-Muitas, mas muitas opções de o que fazer
-Grande diversidade de carros e circuitos
-Possibilidade de correr nas mais diversas categorias
-Comunidade online exclusiva
-Trilha sonora personalizável
-Simulação excelente

Contras:

-Carros “Standart” deixam a desejam em qualidade gráfica
-Multiplayer e Loadings demorados
-Expectadores muito mal desenhados
-Editor de circuito muito limitado
-Platina extremamente difícil !

Gameplay

Gameplay F1


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