Game Shark: Uma dádiva ou uma praga ?

domingo, 4 de dezembro de 2011

   Muitos dos leitores que nasceram depois da metade da década de 90 e cresceram jogando Playstation 2 e assistindo Dragon Ball GT no Globo, provavelmente nunca ouviram falar desse acessório inventado para a primeira versão do console (não só o PSX, outras plataformas como o Nintendo 64 também possuíam o acessório, mas nesse artigo, focarei o do PSX), o Game Shark (conhecido por alguns como Action Replay). Criado originalmente como um acessório que se encaixava na parte de trás dos consoles, o Game Shark foi visto como uma ferramenta mágica capaz de mudar totalmente a vida do gamer, e foi a maior invenção do PSX, desde o Memory Card. Porém, nem todos os gamers podiam contar com o auxílio do magnífico aparelho, já que, era compatível apenas com o modelo Playstation “Fat”, os modelos PS One não contavam com a entrada do aparelho, e não sendo o bastante, algumas edições do console “Fat” também não possuíam a entrada para o aparelho, o que o tornava ainda mais exótico. Devido a isso, um bom tempo depois, a utilidade do aparelho foi adaptada para um CD que era encontrado em qualquer camelô pela bagatela de 10 reais, fazendo assim com que todos os gamers pudessem desfrutar dos benefícios do aparelho.





   Agora você, leitor mais afoito, deve estar se perguntando, para que diabos serve isso ? A resposta é simples, e ao mesmo tempo complexa. O Game Shark nada mais é do que um Software, no qual era possível acessar todos os vídeos contidos no CD do jogo, possuía também um Gerenciador de Memory Cards, que com certeza, era muito mais rápido do que gerenciador do próprio console. Mas o mais importante, o Game Shark podia acessar as linhas de comando dos jogos, e modificá-las !
   Para quem ainda não entendeu, serei mais prático, em jogos como Final Fantasy, Breath of Fire, Lunar era possível conseguir dinheiro infinito, HP máximo, MP máximo, era possível iniciar o jogo com o Level 99, entre outros, em jogos como Resident Evil, Dino Crisis, Alone in the Dark, era possível ter vida infinita, munição infinita, acesso a todas as armas, mapas e itens. Mas claro, nem tudo são flores. Essas modificações nas linhas de comando eram feitas através de uma ou várias sequências numéricas, que eram ativadas antes de iniciar a jogatina. A questão é: Como o jogador fazia pra ter acesso a essas sequências numéricas ? Em um mundo onde a internet ainda era uma ferramenta escassa, e poucas pessoas podiam contar com ela, o público em geral apelava para as revistas especializadas em games (poderia citar o nome delas, mas não faço propaganda pra ninguém de graça), que , na sua maioria, possuíam uma seção especializada em Códigos de Game Shark, algumas até mesmo tinham edições especiais, focando apenas códigos para o aparelho.
   Obviamente não era necessário digitar todos os códigos toda vez que fosse jogar, pois o aparelho também contava com uma memória interna que podia armazenar centenas de códigos de centenas de jogos, facilitando em muito a vida dos gamers. É aí que entra a pergunta do título do artigo: Uma dádiva ou uma praga ?



   Uma coisa eu posso dizer, Game Shark é igual a sexo, você pode passar a vida toda sem nunca fazer, mas você fizer pela primeira vez, não consegue mais viver sem. Eu confesso que, depois que comprei o meu Game Shark, fiquei maravilhado e usava e abusava do aparelho, lembro-me que em certa época eu havia lotado a memória dele, de tantos códigos que haviam sido salvos, que para salvar códigos novos, eu precisava antes apagar algum já existente.



   Não nego que em muitas situações de muitos jogos, o aparelho me deu um grande auxílio, mas será que valia a pena arriscar a diversão e a dificuldade do jogo usando de regalias como armas e vidas infinitas ?
   Eu fui uma pessoa que sempre encarei os jogos da forma que eles foram criados, eu gostava da satisfação de ter terminado o jogo sozinho sem a ajuda de nada nem ninguém, mesmo que pra isso tivesse que arremessar o controle na parede algumas vezes, mas confesso, o Game Shark veio para tirar essa satisfação. Acreditem se quiserem, depois de certo tempo, não era possível viver sem o aparelho, e qualquer dificuldade que você tivesse em alguma fase chata do jogo, era só ativar a vida infinita e TãDã, a fase que era uma problema já não é mais.
   Mas será que isso tudo valia mesmo a pena ? Claro, essa resposta varia de pessoa pra pessoa, mas eu, particularmente, nunca mais senti a mesma satisfação de ter finalizado um jogo depois que conheci o Game Shark, e mesmo sabendo disso, eu nunca consegui deixar de usá-lo nos momentos de dificuldade. É meio irônico, mas é a realidade.
   Agora gostaria de saber de vocês leitores, que são dessa época e já tiveram esse aparelho, Era válido usar das funcionalidades do Game Shark para terminar um jogo, ou a satisfação de fazê-lo “na raça” ainda era superior ?

Um tutorial que mostra um pouco da interface do Game Shark




3 comentários:

  1. Unknown disse...:

    Hahahhaha eu era apelão e tinha um..........
    mas agora nem curto mais essas coisas !!!!!

    SUHUSHSUAAUHSAUSAUSHAUHSAUHSAU !

  1. robsongdev disse...:

    Ah não, cara! Game Shark é muito apelativo.
    eu só usava Game Shark em um game (o melhor de todos os tempo): Final Fantasy Tactics. Mas eu não usava pra cheatear o jogo, mas sim porque o Game Shark milagrosamente permita uma partida VERSUS usando todo teu time, ou seja, o cara separava o time em dois,e jogava um contra o outro. Quem ficava com o Ramza não podia fica com o Orlando, senão era muito apelão. ehehehhe.
    Cheat de qualquer forma acaba com toda a graça do jogo. Sem contar que os desenvolvedores passam anos estudando técnicas de balanceamento de jogos e o cara joga tudo prelo ralo usando cheat.

  1. Kravios-Senpai disse...:

    Bem, eu conheci o Gameshark já em sua versão CD, e me lembro que cheguei a gorfar arco-íris depois de tudo o que vi, e passei técnicamente o que você passou de terminar um game usando ele.

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